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Conheça o bicho Mamute

O Mamute foi escolhido para nos representar devido ao fato de possuir cinco características que são comuns aos membros de nosso Moto Clube. Eles são:
Grandes, fortes, andam devagar, não tem chifres e tem a tromba grande
Conceituação: Em sentido amplo, o termo mamute designa um grupo de elefantes fósseis, de características muito peculiares, que viveram no Pleistoceno.
Características: Os mamutes podem ser distinguidos facilmente pelo extremo desenvolvimento das presas muito alongadas. Além disso, encurvavam-se para baixo, junto à sua base e, em muitos exemplares de mamutes mais idosos, podiam ter as suas extremidades cruzadas. O crânio era curto e alto, de topo pontiagudo.
A dentição lembra muito a dos elefantes, especialmente a do gênero indiano Elephas. Diferem, contudo, em vários pormenores, em especial pelo número elevado de cristas nos molares, que em alguns casos pode atingir até trinta.
As espécies reconhecidas são colocadas sob um único gênero: Mammuthus. Delas, a mais espetacular e conhecida é provavelmente Mammuthus Primigenius, o mamute lanoso da época glacial pleistocênica do hemisfério norte. Não foi, contudo, a forma maior de elefante fóssil do Pleistoceno, pois os maiores indivíduos pertenceram à espécie Mammuthus Imperator, característica do sul da América do Norte.
O mamute lanoso habitou a Eurásia e a América do Norte durante o Pleistoceno e foi contemporâneo do homem paleolítico, que o representou nas famosas pinturas rupestres das cavernas onde habitava. São também conhecidíssimos os achados de mamutes lanosos preservados no solo perenemente congelado (tundra) da Sibéria. Estes constituem casos raros de preservação não só das partes esqueléticas, como também de matéria orgânica mole (músculos e víceras).

MAMUTE

 

Gênero:

Mammuthus (BURNETT, 1830) = "Toupeira da terra"


Espécies conhecidas:

·         Mammuthus primigenius (Blumenbach, 1799)

·         Mammuthus meridionalis (Nesti, 1825) 

·         Mammuthus imperator (Leidy, 1858) 

·         Mammuthus planifrons (Pomel, 1879) - Atualmente rebatizado de Elephas planifrons

·         Mammuthus lamarmorae (Major, 1883)

·         Mammuthus trogontherii (Pohlig, 1888) 

·         Mammuthus jeffersoni (Pomel, 1895) - Anteriormente classificado como subespécie de M. imperator

·         Mammuthus creticus (Bate, 1907) - Atualmente rebatizado como Elephas creticus

·         Mammuthus columbi (Merriam, 1910)

·         Mammuthus armeniacus (Falconer,1910) - Atualmente considerado sinônimo de M. trogontherii

·         Mammuthus jacksoni (Falconer,1910 ) - Atualmente considerado sinônimo de M. imperator

·         Mammuthus roosevelti (Falconer,1910 ) - Atualmente considerado sinônimo de M. imperator

·         Mammuthus floridanus (Falconer,1910 ) - Atualmente considerado sinônimo de M. imperator

·         Mammuthus intermedius (Osborn, 1918) - Atualmente considerado sinônimo de M. primigenius

·         Mammuthus subplanifrons (Osborn, 1928) - Atualmente considerado sinônimo de Elephas. planifrons

·         Mammuthus haroldcooki (Osborn, 1928 )- Atualmente considerado sinônimo de M. columbi

·         Mammuthus hayi (Osborn, 1928 ) - Atualmente considerado sinônimo de M. columbi 

·         Mammuthus gromovi (Osborn, 1928 ) - Atualmente considerado sinônimo de M. columbi

·         Mammuthus africanavus (Arambourg, 1952) - Atualmente considerado sinônimo de M. meridionalis

·         Mammuthus fraasi (Fraasi, 1961) - Atualmente considerado sinônimo de M. primigenius

·         Mammuthus exilis (Maglio, 1970) - Anteriormente classificado como subespécie de M. columbi


Classificação:

·         Reino: Animalia

·         Filo: Chordata

·         Sub-Filo: Vertebrata

·         Classe: Mammalia

·         Sub-Classe: Theria

·         Infra-Classe: Eutheria

·         Ordem: Proboscidea

·         Super-Família: Elephantoidea

·         Família: Elephantidae


Era e Período Geológico: Cenozóico - Terciário a Quaternário - 4 milhões a 6.000 anos

Procedência dos fósseis: América do Norte, Europa, África, Ásia

Material fóssil encontrado: Fragmentos, esqueletos completos, indivíduos congelados


O mais famoso!!!

O mamute é sem dúvida nenhuma uma das criaturas da Pré-História mais famosas. A imagem do grande animal semelhante a um elefante e com pêlo e presas muito longas está gravado no imaginário coletivo.

No entanto há muito mais por trás desse fabuloso animal, e que a maioria das pessoas não conhece. Esse mês o Território tentará mostrar um pouco mais do outro lado do mamute, esclarecendo algumas questões e desmistificando outras...

Os paleontólogos costumam dizer que o mamute é o animal extinto o qual foram descobertos o maior número de dados e informações, seja de sua aparência, biologia e até comportamento. Talvez isso seja possível devido a um conjunto único de fatores que favoreceu esse tipo de conhecimento.


Sabemos muito sobre eles!!!

Em primeiro lugar, comparado a outras espécies conhecidas no registro fóssil, o mamute é uma das mais recentes do ponto de vista geológico, sendo que as mais recentes datações mostram que ainda haviam remanescentes de mamutes vivendo há 6.000 anos, mesmo período no qual afloravam as primeiras grandes civilizações humanas. Os homens da antiguidade conviveram com os mamutes. Na verdade esse fato também foi fundamental para que conhecêssemos melhor esse animal, já que os primeiros humanos deixaram ótimas representações dele nas paredes das cavernas, através de pinturas rupestres. Em grutas, especialmente na Europa, há ilustrações de mamutes com incrível realismo e riqueza de detalhes.

Na realidade nós ainda convivemos com parentes muito próximos do mamute, os elefantes africano (Loxodonta) e asiático (Elephas, que compartilha um altíssimo grau de parentesco com o mamute). Isso permitiu aos cientistas tirarem muitas conclusões sobre a vida e a história natural do gigante. Graças a estudos realizados com os elefantes atuais podemos descobrir muito sobre o mundo perdido do mamute.

E finalmente temos as provas diretas da existência dessas criaturas: fósseis incrivelmente preservados, além de indivíduos congelados completos, com carne, pêlos e órgãos incrivelmente preservados, onde é possível até mesmo descobrir a última refeição dos mesmos.


Grande toupeira?

Restos de mamutes são conhecidos desde o séc. XV na Europa, mas por muitos anos foram atribuídos a gigantes e ciclopes, criaturas da mitologia antiga. Apenas por volta do séc. XIX os cientistas aceitaram que se tratavam de restos de enormes elefantes primitivos. Eles então os chamaram "mamutes", que no antigo dialeto dos povos russos significava "toupeira da terra". Os nativos da região acreditavam que eram restos de gigantescas toupeiras que viviam no subsolo e vez por outra vinha à superfície para se alimentar.


Adaptação para o frio...

A primeira espécie de mamute descoberta foi o mamute-lanoso, ou mamute-peludo. O mamute-lanoso é o arquétipo da figura dos mamutes. Um animal atarracado e forte, com pêlos longos  e presas enormes e curvadas. Essa aparência, na verdade, está diretamente relacionada com o tipo de ambiente e as adaptações que o animal desenvolveu para poder sobreviver nele.

O mamute-lanoso (visto na ilustração no início deste artigo) viveu até cerca de 10.000 anos no hemisfério norte, tendo surgido na Sibéria e, através do Estreito de Bering, chegou à América do Norte. Essa criatura restringia-se a regiões próximas ao Círculo Polar Ártico. O ambiente típico do mamute era composto de tundras e estepes, recobertos por vegetação herbácea e com poucas árvores. Nas estações mais frias a neve recobria o ambiente, e o mamute-lanoso era obrigado a migrar para áreas mais quentes, onde o alimento era mais abundante. A neve acabava com a cobertura vegetal, e os mamutes não conseguiam encontrar alimento suficiente para se manterem. Assim, diferentemente dos filmes, os mamutes não permaneciam em ambientes recobertos de gelo, pois não tinham alimento suficiente para se sustentarem.

Mesmo assim esses animais desenvolveram características que eram importantes para que se mantivessem quentes num clima frio como o do norte. As minúsculas orelhas do mamute-lanoso (a menor entre todos os elefantes) impedia que o excesso de calor fosse perdido. Nos elefantes atuais, em especial nas variedades africanas, as orelhas gigantescas são usadas como radiadores naturais, já que promovem grande perda de calor, ideal para o clima quente onde vivem. O corpo do mamute-lanoso, extremamente atarracado, também inibia a perda de calor. A pelagem longa e espessa também funcionava como isolante, para otimizar esse processo. 

O mamute-lanoso não era excepcionalmente grande, tendo mais ou menos o mesmo porte de um elefante asiático (os machos atingiam até 2,7m de altura até os ombros), mas suas presas chegavam a mais de 2,3m de comprimento. Nessa espécie, tanto machos quanto fêmeas apresentavam longas presas, que eram usadas para desenterrar raízes, descascar árvores e como meio de defesa.

De todas as variedades, o mamute-lanoso é o mais conhecido e estudado, dada a grande quantidade de informações coletadas sobre ele. Esse é o único entre os mamutes o qual foram encontrados exemplares congelados completos, onde até mesmo carne, órgãos e pêlos foram preservados.


Mamutes para todos os gostos!!!

Mas a história dos mamutes não resumiu-se ao mamute lanoso. Na verdade ela é muito mais antiga, e teve início há cerca de 4 milhões de anos atrás.

O primeiro entre os mamutes foi o mamute-ancestral (Mammuthus meridionalis). Seu nome deriva da região onde se originou, no norte da  África.. Esta espécie (abaixo) saiu do continente africano e chegou na Eurásia há cerca de 3 milhões de anos, sendo o mais remoto ancestral das espécies de mamute desse continente. Há 2 milhões de anos o mamute-ancestral chegou à América do Norte, onde posteriormente evoluiu para as espécies norte-americanas de mamute. O mamute-ancestral era enorme, atingindo até 3 m de altura e 10 toneladas.

Sendo uma criatura que estava habituada a climas mais quentes, o mamute-ancestral não apresentava a conhecida pelagem alongada dos mamutes típicos, e era menos atarracado que seu descendentes que viriam a seguir.

Na Eurásia o mamute-ancestral evoluiu para o mamute-da-estepe (Mammuthus trogontherii), que viveu na Europa Central há cerca de 1,8 milhões de anos. Os machos dessa espécie atingiam 4,2m de altura nos ombros e podiam pesar mais de 9 toneladas.

O mamute-da-estepe foi a primeira variedade de mamute a adaptar-se ao clima frio do norte. Ele desenvolveu uma pelagem mais espessa e orelhas menores, para reter o calor do corpo. Essas adaptações continuariam até chegarmos a seu ponto culminante, com o mamute-lanoso, considerado descendente direto do mamute-da-estepe.

Alguns mamutes-ancestrais seguiram para a América do Norte, através da passagem entre a Sibéria e o Alasca, e lá chegando, evoluíram para o mais impressionante elefante conhecido, o mamute-imperial (Mammuthus imperator) há cerca de 1,7 milhões de anos. O mamute-imperial (abaixo) não somente é a maior espécie de mamute que já viveu, atingindo até 4,6m de altura nos ombros e pesando mais de 16 toneladas, como também foi o maior entre todos os elefantes pré-históricos.

Como o mamute-da-estepe e o mamute-lanoso, apresentava uma pelagem espessa, importante para protegê-lo dos rigores do clima onde habitava. O enorme marfim dos machos chegava a 5,5m de comprimento.

O mamute-de-Jefferson (Mammuthus jeffersoni) viveu na América do Norte até cerca de 500.000 anos. Alcançava até 3m de altura e 9 toneladas. O mamute-de-Jefferson (abaixo) apresentava grande semelhança com o mamute-imperial, diferindo apenas na ausência de uma pelagem espessa. Essa semelhança faz com que muitos especialistas acreditem que este teria sido seu ancestral direto.

Há cerca de 1,1 milhões de anos, surge uma nova variedade de mamute, o mamute-columbiano ((Mammuthus columbi)). Seus ancestrais ainda são alvo de muita polêmica. Uma corrente mais antiga de paleontólogos atribui a origem do mamute-columbiano ao mamute-ancestral. Uma nova corrente, no entanto, crê que o mamute-columbiano tenha evoluído a partir do mamute-de-Jefferson ou do mamute-imperial.

O mamute-columbiano (abaixo) estendeu-se mais ao sul da América do Norte, da região centro-oeste dos EUA até a América Central. Era uma animal grande, atingindo 3,7m de altura nos ombros, e até 8 toneladas.

Depois do mamute-lanoso, o mamute-columbiano é a variedade mais conhecida, especialmente devido aos inúmeros fósseis desenterrados nos poços de alcatrão de La Brea, Califórnia, EUA. Até hoje já foram encontrados 49 esqueletos completos desses mamutes, além de ossos isolados de dezenas de outros indivíduos.

O mamute-columbiano era diferentemente de outros mamutes, mais esbelto e alto, com crânio mais baixo e praticamente não apresentava pelagem, o que o diferenciava bem das outros tipos de mamute.


Mamutes pigmeus?

Uma curiosa variedade de mamute é a versão pigméia, ou anã. Elefantes e mamutes-anões foram comuns durante o Pleistoceno. Eles em geral descendiam de espécies maiores, que diminuíram ao longo do tempo. Seus ancestrais viviam nas regiões continentais, e migraram para áreas que posteriormente viraram ilhas. Isolados pelo mar em áreas menores e mais restritas, esses animais, como o Elephas creticus, por exemplo, foram, ao longo de gerações e gerações, ficando menores. Em ambiente restritos, os animais menores têm vantagem sobre os maiores, pois tem menores necessidades de espaço e comida. Assim, em alguns milhares de anos mamutes e elefantes  que antes eram grandes e pesados, passaram para criaturas não maiores do que vacas.

São conhecidas vários tipos de mamutes-anões em diversas ilhas pelo mundo. Malta, Sicília (no Mediterrâneo), sudeste asiático e até na ilha Wrangell (Ártico). As variedades anãs de Wrangell  descendem de mamutes-lanosos do continente, mas atingiam pouco mais de 1,4m de altura. Fora o tamanho, eram idênticos aos ancestrais maiores. 

O único representante dos mamutes-anões no Novo Mundo é o Mammuthus exilis (abaixo), encontrado nas ilhas de Santa Cruz, Santa Rosa, San Miguel e Anacapa, no litoral da Califórnia. Descendente do mamute-columbiano que migrou para essas ilha quando elas ainda eram ponte de terra pertencentes ao continente, há cerca de 20.000 anos. Quando os mares aumentaram seu nível, essas terras foram isoladas e tornaram-se ilhas. De animais de quase 9 toneladas, os mamutes diminuíram para pouco mais de 1 tonelada, o porte de um touro.

O isolamento não apenas afetou o tamanho dos animais, mas também permitiu que estes sobrevivessem por um período mais longo que seu primos do continente. Enquanto os registros mais recentes de mamutes nos continentes datam de 10.000 anos, sabemos hoje que os mamutes-anões sobreviveram até 6.000 anos atrás.


O mamute é revelado

Mas afinal, como eram os mamutes em vida? Com base em toda a informação obtida pelos paleontólogos, mais o que conhecemos sobre os elefantes atuais, podemos dizer que os mamutes eram vegetarianos estritos. Seus dentes eram fortes e resistentes, já que sua dieta básica era baseada em vegetação rasteira, incluindo grama e capim. Essas plantas provocam forte desgaste nos dentes. Assim animais que se alimentam desse tipo de vegetação possuem dentes especialmente resistentes.

Quando se desgastavam em excesso, os dentes dos mamutes caíam, dando lugar a novos que cresciam em seguida. Para poderem se manter vivos, os mamutes precisavam ingerir entre 10 e 70 kg de vegetação por dia (dependendo do porte da espécie). Eles comiam muito pois as plantas que lhes serviam de alimento eram pobres em nutrientes. A enorme quantidade garantia que eles absorvessem os nutrientes básicos para sua sobrevivência.

Os mamutes trocavam várias vezes a dentição ao longo da vida. A última dentição eram trocada quando os animais tinham por volta de 60 e 70 anos de idade. A partir daí seus dentes se desgastavam até o ponto do animal perdê-los por completo. Sem os dentes para mastigar, o mamute idoso acabava morrendo de fome e fraqueza, por volta dos 80 anos de idade.

Os mamutes eram animais extremamente inteligentes. É bem provável que, como os atuais elefantes, eles tivessem uma ótima memória, importante para que eles pudessem lembrar do caminho para áreas ricas em vegetação. Também como os atuais elefantes eles devem ter sido altamente ligados à família, sendo extremamente carinhosos com seus parentes.

Mamutes eram animais sociais. As fêmeas formavam manadas que tinham de alguns poucos a dezenas de indivíduos, a maioria fêmeas e filhotes. As manadas eram comandadas por uma fêmea mais velha e sábia. A maioria dos membros era composta por parentes, sendo irmãs, primas, tias e avós. Os filhotes eram cuidados com muito carinho pelas mães e outras fêmeas mais velhas. As fêmeas, quando cresciam, em geral permaneciam no grupo. Os machos jovens eram com o tempo expulsos pelas fêmeas, por serem imprevisíveis e encrenqueiros. 

Os machos acabavam vivendo sozinhos ou em grupos pequenos formados só de machos, sem a mesma estrutura dos grupos de fêmeas. Os machos mais velhos disputavam grandes batalhas pela supremacia. Com suas presas enormes eles travavam embates até que um dos dois desistisse. Às vezes a batalha era mais agressiva, e os combatentes poderiam sair feridos ou até mortos. O macho mais poderoso era o que teria direito a acasalar com o maior número de fêmeas.


Mamute X Mastodonte

Mamutes são freqüentemente confundidos com mastodontes, outra variedade de elefante primitivo. Ambos descendem do Paleomastodon, uma criatura que viveu no norte da África há quase 40 milhões de anos.

Os mastodontes conviveram com os mamutes, mas diferiam destes por serem mais atarracados, e com um crânio mais baixo, além de presas mais curtas.


A extinção

Um dos maiores debates no que se refere a mamutes diz respeito à sua extinção, juntamente com toda a megafauna pleistocênica. Há cerca de 10.000 anos atrás um processo de extinção em massa exterminou muitas das formas de grandes mamíferos em todos os continentes. E os mamutes estavam entre essas espécies.

Há muito debate em torno desse evento, e a comunidade científica ainda não entrou num acordo quanto a isso.

Inúmeras são as teorias que explicam a extinção do fim do Pleistoceno. Alguns especialistas apostam numa mudança climática radical, que foi resultado do último período de Glaciação. O planeta ficou mais quente, e as grandes áreas de pastagens, que antes sustentavam manadas de enormes herbívoros, deu lugar a florestas e selvas úmidas. A megafauna sofreu com a mudança e rapidamente entrou em declínio, desaparecendo em seguida. Os mamutes estariam incluídos nesse processo.

A diminuição das áreas de estepes e pradarias, hábitat natural dos mamutes, deu lugar a florestas. Sem seu alimento natural, os mamutes, assim como seus primos mastodontes entraram em declínio crescente, até se extinguirem completamente nas áreas continentais há cerca de 10.000 anos. As espécies que viviam isoladas nas ilhas ainda permaneceram firmes por mais algum tempo, mas há 6.000 anos elas também não existiram, pondo fim a uma dinastia.

Uma outra corrente de especialistas aposta em uma grande epidemia de doenças letais, trazidas para os mamutes através de outras espécies migratórias, inclusive o próprio homem. Os mamutes, sem defesas naturais contra os agentes patogênicos, acabaram morrendo.

Mas uma das teorias mais difundidas, e ao mesmo tempo contraditórias, afirma que a extinção do mamute, assim como de muitas outras espécies da megafauna foi causada pelo desenvolvimento da espécie humana e de seus métodos de caça. Evidências encontradas em várias parte do Novo e Velho Mundo comprovam que os humanos primitivos, como os neandertais e os homens modernos caçavam mamutes para sua sobrevivência. Os mamutes eram fontes abundantes de carne, pele e gordura. 

Com o desenvolvimento de armas e técnicas mais modernas de caça os seres humanos teriam diminuído drasticamente a população de mamutes até um ponto crítico, no qual a espécie não mais pôde se recuperar.

As três linhas de pensamento têm argumentos fortes a seu favor, mas alguns paleontólogos da nova geração acreditam que a união dos 3 fatores (o climático, doenças e a chegada do homem) podem ter, juntos, levado o mamute à extinção.


Podemos ressuscitá-los?

Mas nos últimos anos o mamute vem voltando à mídia, através das pesquisas realizadas na tentativa de trazê-lo de volta à vida. A idéia é coletar material genético desses animais e através da clonagem ressuscitar a espécie. 

Mamutes-lanosos congelados e intactos são freqüentemente encontrados nas planícies geladas da Sibéria. Um dos exemplares mais incrivelmente preservados foi o de um filhote (abaixo), que apresentava carne, pele, pêlos e órgãos intactos.

Geneticistas do Japão e dos EUA estão trabalhando em conjunto para tentar coletar amostras de cadeias intactas de DNA de alguns desses exemplares, para reconstruir o código genético dessa espécie. Existem duas possibilidades para realizarem essa façanha: 

  • a primeira delas seria a hibridização de DNA de elefante asiático moderno e de mamute, criando assim uma criatura intermediária entre as duas espécies. O problema dessa prática é que os elefantes apresentam 56 cromossomos (28 pares); já os mamutes apresentam 58 cromossomos (29 pares). Teoricamente isso inviabilizaria o intercruzamento. 

  • a segunda hipótese seria a de recriar o código genético completo do mamute, e implantá-lo num óvulo de elefante (cujo material genético original fora completamente retirado). Nesse caso o embrião a se desenvolver seria o de um mamute completo. Sendo a diferença genética entre mamutes e elefantes de menos de 5%, esse procedimento teoricamente poderia dar certo.

Independentemente da maneira como o processo seria realizado, uma mãe de aluguel (provavelmente uma fêmea de elefante asiático) seria utilizada para gerar o pequeno mamute.

As pesquisas andam a todo o vapor e os resultados preliminares são promissores. É possível que num futuro não muito distante possamos novamente ver um mamute vivo, tal como nossos ancestrais os viram.

Resta saber o que aconteceria depois. O mamute conseguiria viver em nosso mundo? Qual o futuro para ele caso voltasse à vida? 

Só o tempo poderá dizer...

SADAM